sexta-feira, 25 de abril de 2014

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A noite não cai - caiu já há várias horas.

Falemos de mim - não conheço a sua cara.

Eu não sou nada - um saco vazio para a eternidade.

Criação... sim, sou eu toda a criação.

Sou criado por outro - não sou nada deste Mundo.

E por isso sou diferente. Diferente de quem me criou.

Sou todo o medo de quem ousou dar-me vida.

Só eu consigo respirar, a estas horas tardias, este ar gelado...
A uma temperatura concedida pelo medo.

Não emano de mim enormes nuvens como as de quem respira no ar frio do Inverno
Pois entrando em mim tudo fica igual - quase como se
Apenas passasse.

Mas desenganem-se.
O que por mim passa em mim fica.
E eu fico aquilo que passa por mim.

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