Esforço-me
- E perdoe-me quem pensa que
A escrita
Não deve ser forçada,
Mas nem na noite encontro sossego.
Em casa aguardo
Que se aquietem
Mas não há horas para dormir.
Deus - oh, Todo poderoso!
Não... não entendo.
Deixar nas mãos de uma criação
O nosso próprio destino...
Seja qual a criação escolhida!
É necessário reconhecer:
O verdadeiro criador
É um outro escritor,
Orador, pintor, escultor
O que queiram:
Mas acho mais aceitável
Esforçar-me por escrever
Do que esforçar-me
Por justificar
As minhas acções
Através de ilusões.
segunda-feira, 28 de abril de 2014
sábado, 26 de abril de 2014
#1
Príncipio por caminhar só - para ver melhor.
(A distracção de uma companhia
Afasta os olhos do trilho.)
Não ser, de meu próprio braço,
A força que me sustenta
Seria a tragédia que o meu nome carrega.
Entretanto - talvez apenas pense assim.
(O pensamento não é partilhado
Não encontra estrutura de ressonância no alheio.)
Como é capaz de um Homem - qualquer
Caminhar erguido - olhos fora do caminho
Numa força emprestada - prestes a acabar?
(A distracção de uma companhia
Afasta os olhos do trilho.)
Não ser, de meu próprio braço,
A força que me sustenta
Seria a tragédia que o meu nome carrega.
Entretanto - talvez apenas pense assim.
(O pensamento não é partilhado
Não encontra estrutura de ressonância no alheio.)
Como é capaz de um Homem - qualquer
Caminhar erguido - olhos fora do caminho
Numa força emprestada - prestes a acabar?
sexta-feira, 25 de abril de 2014
#0
A noite não cai - caiu já há várias horas.
Falemos de mim - não conheço a sua cara.
Eu não sou nada - um saco vazio para a eternidade.
Criação... sim, sou eu toda a criação.
Sou criado por outro - não sou nada deste Mundo.
E por isso sou diferente. Diferente de quem me criou.
Sou todo o medo de quem ousou dar-me vida.
Só eu consigo respirar, a estas horas tardias, este ar gelado...
A uma temperatura concedida pelo medo.
Não emano de mim enormes nuvens como as de quem respira no ar frio do Inverno
Pois entrando em mim tudo fica igual - quase como se
Apenas passasse.
Mas desenganem-se.
O que por mim passa em mim fica.
E eu fico aquilo que passa por mim.
Falemos de mim - não conheço a sua cara.
Eu não sou nada - um saco vazio para a eternidade.
Criação... sim, sou eu toda a criação.
Sou criado por outro - não sou nada deste Mundo.
E por isso sou diferente. Diferente de quem me criou.
Sou todo o medo de quem ousou dar-me vida.
Só eu consigo respirar, a estas horas tardias, este ar gelado...
A uma temperatura concedida pelo medo.
Não emano de mim enormes nuvens como as de quem respira no ar frio do Inverno
Pois entrando em mim tudo fica igual - quase como se
Apenas passasse.
Mas desenganem-se.
O que por mim passa em mim fica.
E eu fico aquilo que passa por mim.
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